quinta-feira, junho 08, 2006

08 Junho 2006 - Dia 24











































































Depois de uma recapitulação dos procedimentos de ensaio e testes da terra e dos resultados a que se chegou, durante o intervalo das 9h30, chega a Laura Gonçalves Pereira com a famigerada prensa de BTC da África do Sul, que deveria ter chegado já por algumas cinco vezes, mas que finalmente foi desalfandegada e chegou a Mumemo. Grande satisfação por mais um obstáculo transposto. Sobretudo para mim, porque sempre, desde a primeira vez que vi esta terra, numa das reuniões em Milfontes, com a Teresa Beirão, para preparar este curso, em Janeiro passado – numa pequena amostra levada daqui pela Teresa, aquando da sua vinda preparatória a Mumemo, em Novembro do ano passado – que achei que era uma terra muito próxima da perfeição para os BTC.
Depositamos a prensa no armazém onde guardamos o material e onde me parece melhor produzir os BTC, por causa da cura húmida, nos primeiros 7 dias a seguir à prensagem, por ter estabilização com cimento.
Em seguida, no local da obra, realizamos um exercício de observação da relação entre o estado hídrico da terra e a acção mecânica nela introduzida, para se chegar à conclusão de qual o estado hídrico em que deve estar a terra para cada técnica construtiva – quanto mais teor de água tem a terra menos a conseguimos compactar, e quanto menos ela tem, mais acção temos de lhe imprimir para obter resultados satisfatórios.
Assim, preparamos terra nos estados seco, húmido, plástico e líquido e tentamos, com cada uma destas misturas, realizar três blocos, um apenas despejando a terra para o molde, outro pressionando-a ligeiramente com a mão, e um terceiro compactando-a com um mini-pilão.
A experiência de efectuar os testes dá informações importantes, uma vez que os alunos se apercebem logo da facilidade ou da dificuldade de executar alguns dos blocos, conforme o teor de água e a acção mecânica (por exemplo, passam imenso tempo a rir enquanto tentam compactar a terra no estado plástico e ela parece de borracha, subindo do lado oposto ao que eles compactam), mas os resultados para observação são deturpados pela inesperada chuvada súbita. Assim que passa a chuva, defino três grupos, e cada um deles terá de efectuar as análises à terra vermelha, anotar as suas observações e conclusões e apresentá-las na aula de amanhã de manhã.Vou passeando pelos grupos, ajudando e provocando, e vendo o cuidado e o interesse com que alguns deles analisam a terra. Alguns destes miúdos mostram muito interesse e alguma sensibilidade para estas questões, o que me deixa satisfeito e orgulhoso.

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