sábado, julho 29, 2006

29 Julho 2006 – Fim-de-semana

















































































































Fim-de-semana em Maputo, já se vê.
Mas, desta vez, regresso a Maxaquene, ao bairro de alguns dos meus alunos, para fascínio (profissional) das psicólogas em voluntariado Mariana e Felícia, e da cenógrafa quasi-autóctone Sara. Ficam como eu fiquei quando cá vim pela primeira vez... E isso, nem nada do que por ali se vê ou vive, se descreve aqui, ou seja onde for...

sexta-feira, julho 28, 2006

28 Julho 2006 – Dia 59












































Uma parte das fiadas em BTC já está assente como deve ser e, como o tempo não permite requintes, coframos logo essa parte da cinta. A armadura estava feita de véspera, com dois ferros de 6mm estribados com igual diâmetro, e o betão escorre dos baldes com ligeireza. Do outro lado, continua o assentamento de BTC.
Ninguém perde pitada do que se vai fazendo e, por todo o bairro, ao passar, lá oiço, frequentemente, a tal frase recorrente: “Sr. Miguel, que bela casa que ali está a fazer! Quem me dera ter uma assim...!”
E os trabalhos duram até à noite africana. E diabos me levem se aqui não há mais estrelas do que lá por cima...

quinta-feira, julho 27, 2006

27 Julho 2006 – Dia 58






























































































































































































A parte da cinta que tinha sido feita na sexta-feira, antes da minha ida para o kruger, já está em condições de ser descofrada. Enquanto os alunos vão fazendo isso e continuando com as fiadas de BTC no topo das paredes, eu parto numa sempre imprevisível aventura para conseguir todo o material que ainda nos falta para terminar a obra. De mercado informal em mercado informal, comprando uns parafusos aqui, uns ferros ali, em busca dos melhores preços (que variam todos os dias...), pedindo para apressar a todos, corte-me lá os barrote à medida, se faz favor, rápido que o armazém dos tubos fecha às 17h..., lá consigo a maior parte do que queria, e regresso a Mumemo, no famigerado camião do Sr. Nhantumbo.

quarta-feira, julho 26, 2006

26 Julho 2006 – Dia 57




























































































De regresso a Mumemo, hoje o dia é de actualização. Apesar de ter sido uma viagem surrealmente maravilhosa, não deixo de sentir um certo amargo de boca por ter estado fora da obra dois dias. E não é por problemas de consciência, mas pela privação do empolgante prazer tremendo que me está a dar esta epopeia com estes “miúdos”.
Os trabalhos continuaram bem. Tendo em conta a empatia que os alunos sentem pela Teresa, não é de estranhar que a tenham ajudado a pegar na ponta do novelo, já que ela tinha partido há mais de dois meses, e agora nem sequer estivemos juntos na obra, antes dela retomar os trabalhos. Mas tudo correu bem, e a primeira das fiadas de BTC foi assente no topo das paredes de taipa, para, assim, cofrarmos mais facilmente a cinta de travamento.
Hoje temos a visita da equipa da AMDU (Associação Moçambicana para o Desenvolvimento Urbano) – uma associação que, ao contrário do que o nome possa sugerir, intervém sobretudo no contexto rural, no sentido de trazer alguma urbanidade (entenda-se qualidade de vida e salubridade) às populações. Da direcção, vieram a arqª Maria dos Anjos Rosário (ex-Secretária de Estado da Educação) e o Engº Rachid, que se mostraram muito interessados nestas coisas de fazer casas com lama. A Teresa e eu já os tínhamos visitado, na sua sede, em Maputo, logo no início da nossa epopeia austral. Agora, finalmente, resolveram vir ver os frutos do nosso entusiasmo que lhes transmitimos no encontro anterior.
Ficaram muito impressionados e prometeram fazer todos os possíveis para, no seguimento deste curso, divulgar estas técnicas, promover outras iniciativas do género, em que os nossos alunos seriam os formadores, e introduzir o material terra e estas técnicas no programa de realojamento e de construção de equipamento que levam a cabo, tais como o ambicioso programa de construção de edifícios escolares – numa terra onde a maioria das aulas são leccionadas à sombra do cajueiro...
Eu, ciosamente, vou alternando a conversa de gabinete (tida no alpendre da casa dos voluntários, com a obra como pano de fundo) com o acompanhamento da obra. Para mais, com a saudade que o kruger criou em mim deste cheiro a terra e desta alegre agitação da obra, cada vez mais animada, à medida que o final se aproxima e que os resultados são visíveis e o estado final se adivinha.
E, se a obra era já uma atracção deste bairro, agora tornou-se um inevitável ponto de passagem para todos quantos se deslumbram com o que meia dúzia de “putos” fizeram com um monte de terra, uns pedaços de madeira e muito suor.

terça-feira, julho 25, 2006

25 Julho 2006 - Dia 56 (ausente da obra)



































































Foto: Mariana Magalhães





























Foto: Mariana Magalhães

















































































Regresso via Kruger, para mais alguns avistamentos privilegiados, e entrada em Moçambique, para um regresso a Mumemo. A gripe passou totalmente, e a alma vem lavada! Obrigado ao ilustre João, à Sara que organizou tudo, à companhia perfeita de todo o grupo de viagem, aos animais que tiveram a gentileza de se apresentarem no nosso caminho, e à Teresa Beirão, que ficou dois dias sozinha na obra para que eu pudesse ter semelhante experiência. Impagável!

segunda-feira, julho 24, 2006

24 Julho 2006 - Dia 55 (ausente da obra)




















































































Dia passado nas Drakensberg, a visitar coisas tão insólitas como a “God’s Window” ou as “Lisbon Falls”, por exemplo. Cenários lindos, que complementam na perfeição todo o ambiente iniciado no Kruger.