segunda-feira, maio 08, 2006

Preâmbulo



































Afinal sempre temos alunos.
Após alguns esforços, o curso encheu-se de jovens desocupados e com poucas esperanças no futuro. O mundo da construção é uma solução aliciante, e quando sabem que aprenderão uma técnica com muitas potencialidades e com pouca mão-de-obra especializada existente na zona, os apetites aguçam-se.
Doze jovens, com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos, inscrevem-se num ápice.
A partir daqui, começámos a fazer uma espécie de entrevista e a preencher fichas individuais, onde procurávamos, de uma forma suave, saber um pouco sobre cada um deles: origem, nível de escolaridade, experiência profissional, conhecimentos gerais sobre construção, técnicas tradicionais e/ou locais que conheçam ou tenham praticado ou visto praticar, e quem pensam que vai ganhar o mundial da Alemanha – aqui a resposta é, esmagadoramente, Portugal. E não é por favor, é genuína, que aqui segue-se os jogos da bola lá do jardim lusitano, como poucos Zés do bairro o farão…!
As conversas sobre as técnicas tradicionais levam alguns a largarem um orgulho que eles próprios desconheciam sobre a sua cultura e sobre práticas que julgavam serem desprezíveis e obsoletas.
Agora tempos de conseguir os outros ingredientes para o curso, incluindo uma sala…
Para meu deleite, conseguimos reclamar a sala de escultura para nós, durante os próximos 3 meses.
Não se preocupem os artistas, que a actividade escultórica não se desenrola actualmente nesta escola, por isso não estamos a matar a arte em nome da técnica, como alguns arquitectos por vezes fazem…

Sem comentários: