domingo, junho 11, 2006

11 Junho 2006 - Fim-de-semana





















Foto: Francisca Baptista da Silva

















Foto: Francisca Baptista da Silva




















Regresso a Mumemo, para assistir ao primeiro jogo da selecção nacional portuguesa na tasca do Sr. Mussá, na extremidade do bairro oposta à da casa onde me alojo.
Exceptuando a Francisca e eu próprio, a população do bar é naturalmente constituída por moradores do bairro, sendo que a maior parte deles torcem por Angola, embora tenham algum pudor em manifestá-lo, por causa da nossa presença. Mas nos poucos lances de perigo do ataque da selecção angolana, entusiasmam-se e não conseguem disfarçá-lo.
Se no início pensava que Portugal estaria em primeiro lugar no coração destes Moçambicanos, agora vejo que nem sempre é assim, ou pelo menos, nem para todos.
Há um sentimento de “Africanidade” que não me parece que tenha correspondência em nenhum outro continente! Se há alguma equipa africana envolvida em alguma disputa, o apoio é incondicional para essa equipa. Portugal talvez ainda sobreviva a isso e seja a equipa preferida, mas se a equipa africana for lusófona, isto é, de um dos PALOP, então Portugal passa a segundo plano para quase todos.
Isto, por vezes, torna-se um pouco absurdo quando, por exemplo, vejo o fervor com que falam das equipas do norte de África, como a Tunísia, neste caso, mas também seria com Marrocos, sem terem a noção de que, provavelmente, há mais ligações e coisas em comum entre Marroquinos e Portugueses do que entre aqueles e os Moçambicanos. Mas como são de África, todos os outros argumentos são desprezíveis… Um sentimento a que não estava habituado, este de pertencer orgulhosamente (e combativamente) a um continente.
Ainda assim, assistir ao campeonato mundial em tascas africana é uma experiência…!
No último mundial estava em França, com colegas de quase todos os países que participavam no campeonato, e a experiência foi muito forte, com toda a festa e a disputa saudável que se vivia naqueles dias, mas, desta vez, o contexto é ainda menos tangível…!

Sem comentários: