quinta-feira, agosto 03, 2006

03 Agosto 2006 – Dia 63




































































































































































































































Os rebocos interiores conquistam todos pela sua beleza. Esta terra é, de facto, de uma coloração absolutamente fantástica. Tivéssemos nós disto em Portugal e ninguém quereria outros rebocos!
As térmitas são um assunto muito sério por cá, e todas as madeiras são escrupulosamente tratadas com anti-xilófago antes da sua colocação. A princípio tinha a intenção de o fazer com óleo queimado que tinha pedido ao professor de mecânica para me guardar, mas fui tendo a percepção de que a coloração negra e o cheiro intenso iriam desagradar muito toda a gente. Como este projecto também tem uma forte componente de charme e de sedução para esta técnica, prescindi um pouco dos princípios ecológicos e de reutilização, e lá fui à loja comprar uns litros de anti-xilófago.
Entretanto, as paredes das i.s. já estão a crescer, em BTC a ½ vez. É a primeira vez que os alunos executam uma parede inteira em alvenaria, e é bom que o início ocorra enquanto nós estamos por cá, sobretudo tratando-se de BTC.
A par disto, a Mariana e a Felícia trabalham com os muitos grupos que por cá montaram, na produção de uma festa dedicada ao tema da SIDA (um flagelo que, aqui atinge as proporções que se sabe...). O trabalho que elas têm desenvolvido é absolutamente impressionante. Em poucas semanas, desenvolveram um tal número de actividades e promoveram o surgimento de tal quantidade de grupos de trabalho, que nunca me pareceria possível. Sobretudo quando vejo, com algum descontentamento, o trabalho desenvolvido por outros voluntários, nestas situações, que mais se assemelha a sessões de férias com algumas actividades caridosas (no que a expressão tem de pobre) à mistura. Para mais, o trabalho delas promoveu a criação de grupos de trabalho que não se pretende apenas que sirvam para o contentamento das próprias mentoras enquanto cá estão, mas que cria condições para se perpetuar e ser levado a cabo pelos próprios membros dos grupos, tentando criar contextos culturais e sociais fundamentais, sobretudo neste enquadramento. Que grande orgulho sinto pelo trabalho delas! A Teresa revela-me que sente o mesmo, e exorta-me a forçá-las a divulgarem a experiência delas, por acreditar tratar-se de um documento importantíssimo para quem queira dedicar-se a tarefas semelhantes, revelando uma série de soluções que desenvolveram para ultrapassar problemas e para conseguirem chegar com enorme sucesso às pessoas e ganharem a confiança e estima delas.
Para esta actividade final, que acontecerá no domingo (último dia em que por cá estaremos) contam com a preciosa e empenhadíssima contribuição, voluntariosa e permanente, da Sara Machado da Graça e da Gianna – uma italiana, professora de guitarra clássica no conservatório dos Açores, que apareceu por cá de férias e que conhecemos em Maputo e se quis envolver nisto. Estão todos empenhadíssimos, muito motivados, e o resultado promete ser fantástico!

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